Este alerta reforça a urgência da transição para a criptografia pós-quântica (PQC), um novo conjunto de algoritmos concebidos para resistir a ataques de computadores quânticos. A Google tem colaborado com o NIST (National Institute of Standards and Technology), bem como com parceiros da indústria e da academia, para acelerar este processo de transição.
O estudo da Google demonstra que, teoricamente, um computador com 1 milhão de qubits seria capaz de quebrar a encriptação RSA em apenas uma semana. Este número representa uma redução drástica face a previsões anteriores: em 2012 falava-se em mil milhões de qubits, número que já em 2019 tinha baixado para 20 milhões. Agora, a nova estimativa - apenas 1 milhão - aumenta a pressão para a adoção rápida da PQC.
Embora ainda não existam computadores com tal capacidade, os progressos são visíveis. Atualmente, o maior protótipo conta com cerca de 1.800 qubits (da Atom Computing), seguido por modelos da IBM e da China. A IBM projeta atingir 100.000 qubits até 2033.
Estes avanços são fruto de melhorias nos algoritmos e nos sistemas de correção de erros, bem como de novas descobertas, como o algoritmo apresentado por Chevignard, Fouque e Schrottenloher em 2024, que permite multiplicar a capacidade de computação sem sobreaquecimento excessivo.
O NIST recomenda que os sistemas vulneráveis sejam substituídos até 2030 e completamente descontinuados até 2035. A Google reforça este apelo, sublinhando a importância de começar desde já a transição para garantir a segurança dos dados no futuro.