De acordo com um estudo da empresa de cibersegurança Surfshark, a nova aplicação Meta AI, lançada recentemente pela Meta, destaca-se como o chatbot que mais dados recolhe dos utilizadores. Entre as 11 aplicações analisadas, o Meta AI recolhe 32 dos 35 tipos de dados possíveis - mais do dobro da média registada (13 tipos).

O estudo revela que esta aplicação não só lidera na quantidade, como também se diferencia por recolher dados especialmente sensíveis, como informação financeira, de saúde, biometria, crenças religiosas, opinião política ou orientação sexual. Além disso, é uma das poucas que liga os dados do utilizador à sua identidade para fins de publicidade de terceiros.

Karolis Kaciulis, engenheiro-chefe da Surfshark, alerta para os riscos: "A Meta está a aplicar na IA o mesmo modelo de recolha agressiva de dados que já usa no Facebook e Instagram. A IA generativa não deve ser treinada com base em dados pessoais, e esta prática reforça a urgência da regulamentação".

Entre os restantes chatbots analisados, o Google Gemini recolhe 22 tipos de dados e também acede à localização exata dos utilizadores. Já o ChatGPT, mais contido, recolhe apenas 10 tipos, e permite o uso de conversas temporárias para maior privacidade. Algumas aplicações, como o Copilot, Poe e Jasper, recolhem dados para localização e partilha com corretores de dados ou anunciantes.

O estudo termina com um alerta: partilhar dados com IA pode ter consequências permanentes. A informação recolhida pode ser usada para manipulação, roubo de identidade e outras formas de exploração digital - reforçando a importância da proteção da privacidade numa era em que os dados pessoais se tornaram uma mercadoria valiosa.

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