Uma nova temporada futebolística se iniciou e, como acontece ano após ano, uma nova versão do popular jogo de simulação dedicado ao desporto rei é lançada. FIFA 22 foi muito aguardado por ser também o título da franquia completamente desenvolvido de forma a tirar partido das novas gerações de consolas como é o caso da Xbox Series e da PlayStation 5.

No entanto, apesar de ser desenvolvido pensado nas consolas “new gen” e de ser dotado das tecnologias novas como é o caso da Hypermotion (que vamos detalhar mais à frente) essas novidades não poderão ser exploradas na versão PS ou nas restantes consolas.

A versão anterior do jogo FIFA (21) foi, provavelmente, um dos títulos mais criticados (negativamente) ao longo dos últimos anos, de tal forma que a empresa foi forçada a repensar um pouco o título e a mudar algumas coisas de forma mais profunda como a jogabilidade, sistema de recompensas e os modos de jogo, em particular a FUT Champions.

FIFA 22 fica também, desde logo, referenciado com o titulo em que dois principais clubes portugueses passaram a estar totalmente licenciados : Benfica e Porto passaram a estar fielmente representados, seja ao nível de equipamentos, atletas e respetivos estádios.

Jogabilidade

Esta é uma diferença que é reconhecida em todas as plataformas, mas é nas edições para PS5, Xbox Series X|S e Stadia que surge a maior novidade deste FIFA. Nestas plataformas, o jogo tira partido na nova tecnologia HyperMotion, criada para tornar a experiência mais realista, fluida e responsiva, processando de forma individual as animações dos 22 jogadores em campo, assim como a física da bola. Aqui ou ali notam-se algumas melhorias na forma como os jogadores se movimentam em campo, mas ainda há um longo caminho a percorrer para que a tecnologia HyperMotion faça verdadeiramente a diferença.

Na sua essência, este ainda é um jogo FIFA “alimentado” pelo célebre motor de jogo Frostbite, mas nesta edição existem muitas melhorias que devem ser destacadas. A primeira diferença está na velocidade do jogo que foi diminuída, tornando a simulação muito mais em linha com o que acontece no futebol real.

Os atacantes surgem agora com abordagens mais variadas e criativas, e para os travar temos agora a possibilidade de trocar de jogador com mais eficiência. Para além do clique L1/LB, que continua a ser um método viável, podemos agora clicar no analógico direito para exibir um comando nos quatro jogadores mais próximos e, assim, assumir o controlo do jogador que desejamos. Quando bem orientadas, as defesas são agora mais difíceis de ultrapassar, com bloqueios automáticos bastante eficazes, exigindo alguns movimentos técnicos mais apurados da parte de quem ataque. Se o FIFA 21 estava feito parar os velocistas, parece que no FIFA 22 quem reina são os dribladores.

No entanto, existem sempre outras formas de chegar à baliza do adversário, pelo que as opções atacantes não se ficam pelos dribles. As bolas longas foram visivelmente melhoradas e agora podemos virar o jogo com mais facilidade. Por outro lado, os passes em profundidade exigem mais precisão e critério, contrariando o jogo excessivamente direto que tínhamos no FIFA anterior. Outra questão que salta à vista são as finalizações através de cabeceamentos. No FIFA 21 era uma tragédia finalizar de cabeça, mas agora tudo voltou ao normal.

Para quando estamos com a posse da bola, existem mecanismos que podemos utilizar para gerar reações nos jogadores ao seu redor. Ao pressionar L1/LB, vamos iniciar a corrida de um jogador próximo, enquanto que o R1/RB faz com que um jogador se aproxime para criar uma oportunidade de passe. Na defesa, mantém-se o R1/RB que faz com que um jogador próximo de nós pressione o portador da bola. Embora etas mecânicas extra não sejam totalmente necessárias, uma vez que as instruções e inteligência artificial influenciam o movimento dos jogadores, esta camada extra de profundidade é muito bem-vinda, principalmente por quem leva o jogo mais a sério.

Tal como acontecia nas edições anteriores, existem diferentes formas de abordar um jogo. A tática utilizada vai, inegavelmente, influenciar a atitude dos nossos jogadores em campo. Uma abordagem equilibrada defensiva e atacante, mantém os jogadores nas suas posições, seguindo, maioritariamente, as instruções individuais que definimos, o que pode ser pouco em jogos mais intensos. Nesse caso, a utilização de pressão e saídas rápidas para o ataque, criam mais oportunidade de golo e podem resultar em mais recuperações de bola mas, por outro lado, desequilibram a equipa… os jogadores desposicionam-se, ficam mais cansados, e podem surgir mais espaços entre linhas. O FIFA 22 leva esta questão muito a sério, e a utilização de uma tática incompatível com os jogadores que utilizamos, é meio caminho andado para o insucesso. Nota ainda para a pressão constante, que não está a retirar tanta energia aos jogadores como acontecia no FIFA 21. Talvez uma atualização como a que foi lançada no ano passado, venha alterar essa situação.

Os modos de jogos

Com um formato renovado, o modo Rivals surge como rampa de lançamento para a FUT Champions, onde é necessário alcançar 1500 pontos para participar na fase de Play-offs da Weekend League. O limite de 30 jogos semanais foi removido, e surge agora um sistema de divisões, também ele renovado, onde vamos alcançando patamares superiores à medida que vencemos jogos sucessivamente. Quanto mais alta a divisão alcançada, melhor será a recompensa, sendo que é necessário garantir, pelo menos, três vitórias para alcançar a recompensa semanal (ou 7 vitórias para ter acesso a uma melhoria de recompensa).

Alcançados os 1500 pontos, na FUT Champions tudo funciona através de um sistema de Ranks, onde cada derrota vale 1 ponto e cada vitória 4 pontos. Na fase de Play-Offs, que tem 9 jogos para disputar entre a 2ª feira e o sábado de cada semana, é necessário alcançar o Rank 2 para garantir um lugar nas Finais. Caso não seja alcançado este patamar, o jogador terá de tentar novamente na semana seguinte, mas será recompensado pelos jogos realizados e Rank alcançado, imediatamente após ter jogado as 9 partidas.

A Finais da Weekend League disputam-se de sexta-feira a domingo, tal como acontecia nas edições anteriores, mas agora conta com apenas 20 partidas. Esta é uma fase que não exige tanto desgaste da parte dos jogadores, pois são menos partidas por fim-de-semana do que o que tínhamos no FIFA 21.

Outro modo que tem vindo a ganhar adeptos, é o Volta Football, a simulação de futebol de rua que está de regresso no FIFA 22 com algumas novidades. Dividido em duas experiências, uma onde jogamos a solo com a nossa equipa, e outra onde partilhamos o campo com jogadores reais, o Volta junta o melhor de vários outros modos que já tínhamos na série FIFA. Para além da personalização e evolução de atributos do avatar que já podíamos encontrar nos Clubes Pro, temos um sistema de temporadas e objetivos que fazem, de alguma forma, lembrar o sistema utilizado no modo Ultimate Team.

Para o FIFA 22, a EA Sports dedicou-se, principalmente, a evoluir os movimentos técnicos (fintas, passes com estilo, tabelas) e a recompensar os jogadores que melhor dominam esses movimentos. Para além dos pontos de experiência e moedas que podem ser usadas para comprar novos equipamentos, as movimentos executados vão “enchendo” um Medidor de Habilidade que, depois de preenchido, faz com que o próximo golo da equipa possa valer por dois ou mais…

Disponível apenas durante os fins-de-semana, outra das novidades deste modo é o Volta Arcade, uma experiência onde podemos convidar até 3 amigos para disputar partidas um pouco fora do comum.

Novos estádios e localizações, novas celebrações e muitos itens de personalização, contribuiem também para o crescimento do sucesso do Volta Footbal.


Virado principalmente para os que gostam de competição, o Clubes Pro, permite, pela primeira vez, criar um avatar feminino, que terá o mesmo o potencial que um avatar masculino!

De recordar que no Clubes Pro, temos a oportunidade de criar o nosso(a) próprio(a) futebolista, que nos representará em campo. Durante as partidas, só controlamos esse jogador ou jogadora, e a sua prestação ditará o desenvolvimento dos seus atributos. 

Como experiência que vão desde jogos de treino a competições que são levadas muito a sério pela comunidade, o Clubes Pro surge no FIFA 22 com uma nova série de melhorias. Como referimos, em cada partida (à exceção de jogos de treino) ganhamos pontos de experiência para o nosso avatar, que podem ser trocados por novas habilidades ou em na personalização do mesmo. O Clube Pro dispões de várias habilidades, relacionadas com as diferentes posições em campo, incluindo guarda-redes, habilidades essas que podem fazer diferença numa partida. Por exemplo, um avançado que dispõe da habilidade de 5 estrelas de pior pé, terá melhores hipóteses de marcar golo em remates de longe. Existem também os “Perks”, vantagens únicas que podem ser utilizadas pelos jogadores, no máximo de 3 por partida.

 

Entramos nos modos “veteranos” da série FIFA. No modo de Carreira encontramos, pela primeira vez, a opção de criar o nosso próprio clube, algo que os fãs já vinham a pedir há algum tempo. Esta, que é a grande novidade do modo, dá-nos a possibilidade de personalizar tudo em relação ao clube, incluindo nome, emblema, equipamento, país e liga onde joga, principal rival, estádio e objetivos.

No que diz respeito à montagem da equipa, esta é baseada num sistema aleatório, mas que se foca em vários aspetos do clube. Por exemplo, se o clube joga na Liga Portuguesa, é mais provável que a nossa equipa tenha mais jogadores portugueses, ainda que com uma percentagem assinalável de brasileiros, já que é a segunda nacionalidade mais representada. Podemos, de qualquer forma, definir o número de estrelas do clube e média de idades da equipa, assim como o orçamento inicial do clube. Podemos assim criar uma equipa mais humilde, ou uma que luta pelo título e representa a nossa liga nas competições internacionais.

Assim como nas edições anteriores, continuam a existir um vasto leque de opções de personalização para o personagem que nos representa durante a carreira, incluindo a possibilidade de criar uma treinadora. Desde o aspecto físico do ou da treinadora, a uma vasta seleção de peças de vestuário, existe um grande número de opções para criar um personagem à nossa imagem (ou não).

Inicialmente, para além do clube que queremos representar, continuamos a poder escolher uma série de fatores, incluindo a dificuldade do jogo, o tempo de cada parte do jogo, a entrada ou não para as competições europeias na primeira época, a possibilidade de iniciarmos o jogo com o mercado de transferências aberto, a moeda usada, e o estádio em que jogamos nas partidas em casa.

No que diz respeito às negociações, continuam as sequências cinemáticas interativas, onde somos levados até aos escritórios parra reunir com os responsáveis do clube e do jogador a negociar, e tentar chegar a um acordo para realizar a transferência. Também é possível bater a clausula de rescisão, e passar a fase de negociação com o clube. Depois, caso esta primeira fase seja bem conseguida, temos de nos reunir com o agente do jogador e com o próprio atleta com o intuito de discutir pormenores relacionados com o vencimento, anos de contrato, cláusula de rescisão e até um premio de assinatura, ou seja, estamos perante um processo refinado que acaba por dar ainda mais realismo e interesse ao título.

Outro que continua a ser um elemento a favor, é a relação com a imprensa. Nas conferências de imprensa interativas continuamos a ter a oportunidade de dar respostas que têm influência direta na moral da nossa equipa.

De resto, o modo de carreira continua a oferecer-nos um número impressionante de competições, e muitas possibilidade de levar qualquer clube ao topo do futebol mundial.

 

Nota ainda para os modos rápidos, onde encontramos o modo Pontapé de Saída para uma partida rápida com qualquer equipa disponível no jogo, os Amigáveis Online que é idêntico ao anterior mas disputado com amigos online, os Torneios, onde podemos disputar a Champions League, a Taça dos Libertadores, o Torneio Feminino, que traz para o jogo as melhores futebolistas do planeta ao serviço das suas seleções (inclui a seleção de Portugal), e finalmente a Arena de Treino e Jogos de Perícia.

Gráficos e Som


FIFA 22 representa um salto enorme no realismo da série, principalmente nas plataformas de nova geração, com os gráficos mais detalhados do que nunca. Pequenos detalhes, como o cabelo dos jogadores e os pormenores das camisolas a reagir ao movimento dos jogadores, nunca pareceram tão reais, principalmente quando é possível vê-los em 4K.

Existem, no entanto, pequenas falhas que podem surgir nas animações ou renderização de objetos, mas o FIFA 22 não seria seria um FIFA se tudo estivesse perfeito.

Para além de mais atletas estarem recriados de forma, quase perfeita, no jogo, a adição de novos estádios adiciona uma nova dose de autenticidade a este FIFA 22. Destaque para dois estádios da Liga Portuguesa, o Estádio da Luz e o Estádio do Dragão, que estão agora disponíveis em vários modos de jogo e que vão, certamente, agradar a muitos adeptos portugueses, principalmente os do SL Benfica e FC Porto.

 

 

Nota ainda para os menus do jogo, que sofreram algumas mudanças de forma a facilitar o acesso às varias experiência disponíveis no FIFA 22.

Jogar em ligas licenciadas, como a Premier League ou a Bundesliga, é verdadeiramente fantástico. Os clubes têm cânticos e canções específicas que podemos ouvir durante as partidas, tornando o ambiente no estádio arrepiante. A juntar aos comentários em vários idiomas, temos agora a reportagem de Alex Scott durante o modo de carreira no lugar de Alan McNally.

Conclusão


O novo FIFA 22 representa uma grande evolução na franquia, com a inclusão da nova tecnologia HyperMotion que, apesar de ainda ter uma enorme margem de evolução, tornou o título mais realista.

O ajuste na velocidade do jogo, notada em todas as plataformas, também ajudou a tornar a experiência ainda mais próxima da que é vivida no futebol real, o que tem vindo a ser elogiado por muitos fãs.

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