A história

Forza Horizon leva-nos até ao estado do Colorado, nos Estados Unidos, onde decorre o Horizon Festival, um evento que reúne carros potentes, condutores experientes,  e grandes bandas musicais. No papel de um novato no mundo das corridas de automóveis, o jogador terá de participar numa série de eventos que lhe permitem ganhar dinheiro (CR), notoriedade, e até os carros dos seus rivais.

Enquanto no palco do Horizon Festival atuam bandas como os Arctic Monkeys, Friendly Fires ou The Black Keys, nas estradas do colorado surgem eventos paralelos onde os condutores competem entre si. Estes eventos estão divididos por categorias, representadas por várias pulseiras coloridas. Através dos pontos obtidos em cada corrida que são atribuídos de acordo com o lugar alcançado, o jogador fica mais perto de desbloquear a próxima pulseira, que por sua vez desbloqueia novos eventos.

Ao contrário do acontecia em Forza Motorsport 4, onde o jogador tinha de participar em todas as corridas e numa ordem pré-estabelecia, em Forza Horizon pode escolher em que corridas quer participar e em que ordem. O jogador não é sequer obrigado a participar em todos os eventos, desde que consiga reunir pontos suficientes para desbloquear a próxima pulseira.

Outra diferença para Forza Motorsport 4 é o facto de ser o jogador quem conduz o carro de um evento para outro auxiliado por um útil GPS. Aqui não existem viagens instantâneas de evento para evento pista, e isso faz-nos viver o jogo de uma forma mais profunda. Na verdade, o que acontece entre  corridas é tão ou mais interessante que a própria corrida. Bater o recorde de velocidade quando passamos nos radares de controlo de velocidade, desvendar estradas escondidas, ou encontrar um clássico num celeiro, são apenas algumas coisas que podemos fazer enquanto viajamos de um ponto do mapa para o outro.

Existem ainda eventos secundários, como corridas de rua ou jogadas publicitárias, que nos levam a percorrer as estradas do Colorado com tráfego normal. Quer seja numa corrida oficial ou num evento paralelo, todas as manobras contam para subir na popularidade. Derrapagens, piões, queimar pneu, atingir velocidades vertiginosas, ultrapassagens arriscadas, entre outras manobras, contribuem para subir num ranking de popularidade que, quanto mais próximo estiver do 1º lugar, mais horizontes nos abre.

Jogabilidade

Quem jogou Forza Motorsport 4, poucas diferenças irá notar no controlo dos carros em Forza Horizon... pelo menos numa primeira impressão. Ao inicio, mantém-se aquela sensação que temos de fazer tudo certinho, ou seja, de acelerar, travar e virar no momento certo. Essa sensação muda assim que entramos na primeira corrida e descobrimos que os limites da pista foram alargados e que o carro não trava a fundo quando saímos da estrada. Finalmente podemos fazer as curvas por fora da estrada, fazer corta-mato, levar os sinais à frente, tudo isto sem que o carro perca muita velocidade.

Mantém-se, felizmente, os modelos de física e forma distinta de controlar cada carro, que mudam de acordo com o seu peso, dinâmica, rodas motrizes, potência, etc. Algo que também influencia a forma de controlar o carro é o tipo de piso. O seu comportamento de cada carro muda ligeiramente quando passa do asfalto para a terra batida, e finalmente podemos conduzir um Subaru Impreza, por exemplo, como um carro de rally.

Tanto o pó levantado pelos outros carros nas pistas de terra batida como o escuro da noite, ou elemento introduzido em Forza Horizon, prejudicam a visibilidade que temos sobre a estrada. Ainda que mais "arcade" em muitos aspetos, Horizon ganha aqui dois elementos que o tornam mais realista e empolgante.

O comportamento da inteligência artificial também melhorou de Forza Motorsport 4 para Horizon. O nossos rivais estão mais agressivos e dispostos a assumir riscos, algo que tanto os leva a errar mais e a sair da pista, como a recuperar desvantagens mais rapidamente. Esta questão torna o jogo mais imprevisível e mais emocionante.

Gráficos

A série Forza sempre nos ofereceu cenários impressionantes e modelo de carros fielmente recriados. Dos belos alpes suíços e costas italianas, dois dos cenários mais deslumbrantes de Forza Motorsport 4, passamos para as montanhas, vales, cataratas e paisagens rurais do estado do Colorado. Se no jogo anterior o detalhe gráfico já impressionava, em Horizon o nível da fasquia foi elevado ainda mais. Para qualquer lado que nos viramos deparamo-nos com belas paisagens, objetos recriados com grande detalhe, e até elementos arquitetónicos como pontes e barragens, que são um belo pano de fundo para uma foto inesquecível.

Os carros estão igualmente deslumbrantes. Todos os pormenores foram fielmente transportados dos modelos reais para o mundo virtual. Nos filmes, por exemplo, temos por vezes dificuldade em perceber se estamos perante uma imagem real ou uma animação.

Algo que não mudou muito de Forza Motorsport 4 para Forza Horizon, foi a destruição dos carros. Quem gosta de chapa amolgada e chassis empenados, vai ficar desapontado quando embater de frente contra outra viatura a 300 km/h. Nada mais acontece que saltar o para-choques, ou partirem-se os vidros e os espelhos. Forza não é em nada sinónimo de destruição...

Som

O som é um aspeto que, definitivamente, melhorou de Forza Motorsport 4 para Forza Horizon. A banda sonora repetitiva e sem grande ritmo deu lugar a uma enorme lista de temas, onde figuram bandas de renome como os já referidos Arctic Monkeys, Friendly Fires ou The Black Keys.

Para além de mais variada, a banda sonora Forza Horizon, que nos chega através de uma estação de rádio ficticia, descontrai-nos em certos momentos e dispara-nos a adrenalina noutros. Mesmo em sessões de jogo mais prolongadas, não nos sentimos saturados do que estamos a ouvir.

Experiência multiplayer

Embora no momento em que estamos a fazer esta análise o modo online multiplayer apenas esteja aberto ao mundo da imprensa, a pequena amostra que tivemos corresponde às expetativas.

Devemos destacar o modo rivais, um recurso que os jogadores de Forza 4 devem estar familiarizados, onde somos encorajados a bater os tempos de outros jogadores em desafios específicos. No que diz respeito a confrontos diretos, vamos encontrar corridas online para até 8 jogadores, numa série de modos e configurações. Corridas em circuito ou entre dois pontos vão, com certeza, proporcionar uma grande sensação de competição, mas pensamos que serão King of the Hill e Infected os dois modos que mais fãs vão ganhar.  

Em King of the Hill, um jogador que transporta o título de "Rei" terá de fugir de outros 7 jogadores que tentam roubar-lhe o título. Se perder o título, o jogador terá então de tentar recuperá-lo perseguindo o jogador que o roubou. O modo Infected é precisamente o oposto. O carro que estiver infetado terá de bater nos outros para os "infetar", sendo que o objetivo é permanecer o máximo de tempo possível "saudável".

Conclusão

Forza Horizon é uma manobra arriscada mas acertada por parte da Microsoft Game Studio, da Turn 10 e da estreante Playground Games. Abandonar a simulação pura para abordar uma experiência mais "arcade", poderia levar os fãs mais fieis da série Forza a procurar outros "horizontes".  No entanto, pensamos que esta aposta não só vai agradar a estes fãs mais fieis, como também a jogadores que normalmente preferem jogos de corridas mais intensos e com algum "show-off".

Forza Horizon pega no melhor que Forza Motorsport 4 tem, os seja, a oferta de veículos (embora em menor número), na forma de os controlar, e nos gráficos impressionantes, e emprega-lhe uma dose de liberdade e espetacularidade. O resultado é um grande jogo de corridas de automóveis que servirá de exemplo para futuros títulos do género.

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