Depois de há algumas semanas termos sabido que a Dinamarca vai abandonar o Windows e o Office da Microsoft em prol do Linux e do LibreOffice, chega agora a notícia de que a cidade francesa de Lyon decidiu seguir o mesmo caminho. Esta decisão surge após iniciativas semelhantes na Alemanha, onde, desde 2021, decorre um plano para migrar 30.000 computadores do governo para Linux até 2027.

Segundo o The Register, o município de Lyon vai deixar de utilizar o Windows, as aplicações do Microsoft Office e o Microsoft SQL Server, passando a adotar alternativas como Linux, OnlyOffice e PostgreSQL. Uma curiosidade é o facto de as autoridades terem optado pelo OnlyOffice, um software distribuído sob a licença GNU Affero General Public License, em vez do mais conhecido LibreOffice.

Além disso, Lyon vai apostar na suite Territoire Numérique Ouvert (Território Digital Aberto) para comunicação online e outras tarefas de produtividade. Esta solução está a ser reforçada com um financiamento de dois milhões de euros concedido por uma agência francesa que promove o desenvolvimento industrial nas autarquias locais, com o objetivo de aprimorar a suite e garantir o seu funcionamento nos centros de dados. De acordo com as informações disponíveis, milhares de pessoas já utilizam o Territoire Numérique Ouvert.

Esta mudança representa um marco importante para Lyon, a terceira maior cidade de França, que serve mais de um milhão de habitantes através de cerca de 10.000 funcionários públicos. Esta migração em massa para Linux e software livre e de código aberto (FOSS) representa certamente um desafio para a Microsoft, que já terá sentido o impacto da decisão dinamarquesa.

Tal como na Dinamarca, o principal motivo para a mudança em Lyon prende-se com a redução da dependência de software de origem norte-americana. Outro fator relevante é a intenção de prolongar a vida útil do hardware, diminuindo assim o impacto ambiental dos resíduos eletrónicos.

Resta agora acompanhar se Lyon conseguirá manter este plano até ao fim. Recorde-se que, em 2017, a cidade alemã de Munique acabou por regressar ao Windows após uma década a utilizar Linux.

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